terça-feira, 8 de abril de 2008

O Brasil que come não vê o Brasil faminto

A pobreza não pode ser delimitada de forma única e universal, mas podemos dizer que há uma situação de carência em que as pessoas não conseguem manter um padrão de vida dentro das referências sociais estabelecidas.
A pobreza vista pela baixa renda responde a duas determinantes: a escassez de recursos e a má distribuição dos recursos existentes. Podemos ver aqui que o peso destas determinantes na pobreza do Brasil. Do que adianta ser uma grande economia industrializada, dotada de uma razoável capacitação técnica e ampla base competitiva, e ser uma das sociedades mais desiguais do mundo?
Com toda essa desigualdade em nossa sociedade é comum as pessoas buscarem uma forma de sobrevivência, criando assim os trabalhos informais, tais como: os catadores de papéis, camelôs, e os pedintes. Se é que podemos chamar este último de trabalho, mesmo que informal, pois é assim que eles classificam o que estão a fazer todos os dias nas ruas.
Diante do exposto, como será que devemos nos portar na frente de tanta desigualdade? Dando a esses pedintes esmolas? Mas será que fazendo isso, essas pessoas sairiam dessas condições miseráveis ou continuariam sendo sempre o mesmo pedinte que vemos no sinal que passamos todos os dias?
A fome, a miséria, dispersa e silenciosa escondida nas periferias, que o Brasil que come não enxerga o Brasil faminto e aí a fome vira só mais uma estatística, como se os números não trouxesse junto com ele, histórias e nomes de uma vida real.
O salário, que muitas vezes não chega a ser um salário mínimo, a educação, a saúde e a segurança que são oferecidas a essas pessoas, não dá sequer para viver dignamente.
Será que não está na hora de conhecermos melhor as pessoas que colocamos no poder? Pois somos nós que colocamos essas pessoas do mensalão, dos cartões, dos dossiês, dos que se aproveitam do bolsa escola, auxilio gás e etc, para governarem nossos recursos e distribuição deles. Será que eles estão realmente interessados em resolver esses problemas da nossa miserável sociedade?

"Garantir o alimento para todos, superando a miséria e a fome, exige de cada um de nós o engajamento pessoal. Mais do que isto, supõe a experiência pessoal do humilde e corajoso processo de gestação de uma nova sociedade, que atenda aos direitos e às necessidades básicas da população: educação, saúde, reforma agrária, política agrícola, distribuição de renda, reforma fiscal e tributária, moradia. Exige também que desenvolvamos novas relações de trabalho e de gestão da empresa, criando uma economia de comunhão comprometida com a solidariedade e atenta às exigências da sustentabilidade".(Autor desconhecido)

Wanda Rôla Viana

Um comentário:

Unknown disse...

É muito triste essa realidade, a população elege pessoas que só pensam em prolongar sua permanência no poder e usar a máquina pública para benefício próprio. Com um investimento digno em educação e mais apoio à iniciativa privada, (diminuindo a burocracia, a regulação, carga tributária, e melhorando a infra-estrutura como na área de escoamento de produção...) essa parcela excluída da população poderia ser introduzida no mercado do trabalho, e assim reduziria a miséria que ainda atinge a tantos no nosso país. Lógico que o primeiro passo para isso é a eleição de políticos sérios, comprometidos em dar um melhor futuro para o Brasil e brasileiros, e, lógico, em dar um basta a essa corrupção que "suga" o desenvolvimento do país. Mesmo com tantos acontecimentos frustrantes ainda acredito em um Brasil bem melhor no futuro, para todos.
Vamos Brasil!